Comemorando o Dia do Índio, celebrado em 19 de abril, a Câmara Municipal de Florianópolis promoveu tribuna livre atendendo ao requerimento da vereadora Cíntia Mendonça (Coletiva Bem Viver). "Foi um momento muito rico, a gente percebe que os vereadores e vereadoras gostam, precisam e apoiam ouvir o que os povos indígenas têm para falar, porque a gente acaba, nessa sociedade que a gente vive, muito distante dessa realidade, então quanto mais espaço a gente tiver para colocar os povos indígenas para falar, e para que a gente ouça outra história da colonização, há 522 anos, melhor. Foi essa a nossa intenção, de demarcar com outro ponto de vista o que significa o dia 19 de abril", disse.
A celebração do Dia do Índio busca preservar a memória e promover a reflexão sobre a importância dos povos indígenas na sociedade atual. "É muito importante ocupar esses espaços para que a gente possa mostrar para as pessoas que o indígena não pode ser folclorizado, não pode mais sofrer com toda essa violência que a gente sofre dia após dia, e esse local de diálogo, não só com os vereadores e vereadoras, mas com toda a sociedade de Florianópolis, é para mostrar que mesmo a gente vivendo numa capital, a gente não deixa de ser indígena por não estar na floresta", disse a indígena Ingrid Sateré Mawé.
Para a co-vereadora Joziléia Kaingang (Coletiva Bem Viver), o espaço de fala serve para destacar principalmente as lutas dos povos indígenas, como a demarcação de território, reconhecimento das diversas línguas e a forma de educação diferenciada garantida na LDB de 1996. "Os povos indígenas têm feito todo um movimento para conseguir garantir que esses direitos, assegurados na Constituição, continuem válidos, continuem presentes. O que nos falta, é sim, fazer parte desse contexto social não mais como os indígenas que estão num museu", argumentou. "Nós somos uma sociedade presente no contexto, presente nos dias atuais, e precisa que a sociedade reconheça a diversidade dos nossos povos", finalizou a parlamentar.